Em maio de 2014, Paulo Roberto Gomes Fernandes elucida que a participação da Liderroll na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, marcou mais um passo relevante na estratégia de internacionalização da empresa. Naquele momento, a companhia já mantinha um escritório na cidade, utilizado como base de apoio para operações nos Estados Unidos e no Canadá, além de conduzir negociações avançadas na Europa com grandes grupos do setor de dutos.
A ida à OTC teve como foco o fortalecimento de diálogos internacionais e a prospecção de parcerias, em um contexto em que o mercado brasileiro dava sinais de retração nos investimentos em infraestrutura dutoviária. Para a Liderroll, o ambiente internacional se mostrava mais receptivo a soluções tecnológicas inovadoras, especialmente aquelas voltadas à construção e à manutenção de gasodutos e oleodutos.
Avaliação da OTC e do cenário internacional à época
Paulo Roberto Gomes Fernandes avalia que, naquele período, a OTC de 2014 apresentou um perfil diferente de edições anteriores. Houve percepção de um público menor, inclusive de empresas brasileiras, mas com reuniões mais objetivas e direcionadas. Esse cenário refletia uma mudança de foco do Brasil naquele momento, mais concentrado em investimentos na área de produção, o que naturalmente empurrava empresas de engenharia, construção e tecnologia para o mercado externo.
Mesmo assim, a presença internacional da Liderroll se mostrou estratégica. O contato com representantes institucionais brasileiros durante o evento permitiu reforçar discussões que já vinham sendo levantadas havia anos, especialmente sobre a necessidade de atualização dos métodos construtivos de dutos no país, que ainda seguiam padrões adotados décadas antes.
Quebra de paradigmas e novas abordagens construtivas
Já naquela época, a empresa defendia a adoção de soluções alternativas à construção tradicional de dutos enterrados. A avaliação era de que, em um país de dimensões continentais, insistir exclusivamente nesse modelo resultava em obras mais caras, demoradas e de manutenção complexa. Estruturas aparentes surgiam como uma possibilidade técnica capaz de reduzir custos, prazos e riscos operacionais, além de facilitar a fiscalização contínua e prolongar a vida útil das tubulações.

Paulo Roberto Gomes Fernandes ressalta que esse debate, ainda embrionário no Brasil em 2014, encontrava maior abertura em mercados como América do Norte e Europa, onde tecnologias de monitoramento, segurança e controle ambiental já permitiam abordagens mais flexíveis e eficientes.
Perspectivas no Canadá, na Rússia e na Europa
No exterior, as perspectivas observadas naquele momento eram consideradas positivas. O Canadá despontava como um mercado com grande demanda por novos projetos de dutos, impulsionados por iniciativas de expansão da malha de transporte de energia. Empresas locais avançavam em projetos estruturantes, criando oportunidades para fornecedores de tecnologia especializada.
Na Europa e na Rússia, o cenário também era visto com interesse. À época, a obtenção de uma patente da Liderroll junto às autoridades russas ampliou significativamente a visibilidade da empresa, gerando reuniões estratégicas e consultas técnicas relevantes. Paulo Roberto Gomes Fernandes evidencia que a possibilidade de ampliação de gasodutos ligando a Rússia a outros mercados, como a Ásia, estava em debate e exigia soluções específicas para trechos complexos e ambientes confinados.
Estratégia de longo prazo e visão naquele período
Em 2014, a avaliação interna era de que o Brasil possuía uma malha de dutos adequada apenas às necessidades imediatas, mas insuficiente para atender a demandas futuras. A ausência de planejamento de médio e longo prazo poderia resultar, alguns anos depois, em obras emergenciais mais complexas e custosas.
Diante disso, Paulo Roberto Gomes Fernandes frisa que a Liderroll intensificava sua atuação internacional não apenas como alternativa ao mercado interno, mas como estratégia de posicionamento global. A prioridade, naquele momento, era desenvolver tecnologia no Brasil e levá-la ao exterior, evitando modelos de simples licenciamento e reforçando a presença da engenharia nacional em projetos de grande porte.
A participação na OTC de 2014, vista hoje com o distanciamento do tempo, representou um marco importante dessa fase de expansão internacional e consolidação da Liderroll como fornecedora de soluções tecnológicas para o setor dutoviário global.
Autor: Richard Christian